Dia das Muié não muito legal

Eu decididamente tive um dia porco, daqueles que você sente até a apêndice dar um hello no fim do dia. Mas antes de uma cadeia de acontecimentos devastadores acontecer, tudo estava na sua maior completa ordem e harmonia. Criei o blog, fiz posts suínos, divulguei à alguns amigos e fiquei na santa paz esperando o horário do pregão eletrônico pra eu participar, afinal, eu trabalho (rere). Eis que a Sr. Pregoeira dá início a disputa de lances e eu bem empolgado acompanhei com a máxima atenção. Ok, confesso que a janela da IGN com o review de God of War III estava side by side com a do pregão, e convenhamos, bem mais interessante. Só pra frisar, eu saio da empresa às 17hrs todo santo dia, exceto sábado, domingos e feriados, e já eram 17h15 e a bendita da pregoeira estava pedindo para que nós queimássemos as gordurinhas dos preços ofertados pois o governo não dispunha de tal verba. Foi um verdadeiro lenga-lenga. Todos da empresa estavam indo embora no fretado, e eu e a Eliana, que por uma intervenção divina resolveu ficar na empresa comigo já estávamos potencialmente chateados porque sabíamos que iríamos ficar mais uma horinha lá. 17h43 e nada... 18h07 e nada... Eu corria feito uma barata louca depois do Baygon pela empresa pegando documento daqui e documento de lá. E finalmente às 18h20 a coisa toda acabou...

Até aí tudo bem, mal sabia eu o que estava por vir. Pra ir embora fizemos um planejamento que consistia em evitar o Rio da Juventude e a Cabana do Jacob e ir por uma rota mais segura, que logo menos descobrimos ser um safari. A desgraça maior era que a Eliana estava de salto, ou seja, andamos pela Floresta Proibida a -2 km/h com pequenas pausas esporádicas pra dar uma choradinha quando ouviamos uns grunhidos estranhos. Sem brinqs agora... descemos toda a estrada (de terra) cercada por um capim de 300 metros de altura e árvores de 1.200 anos (leprosas) até a pista. Foi uma experiência não muito agradável que eu não aconselho pra ninguém. Jurei à mim mesmo que se eu ficasse mais 2 minutos ali, eu mudaria meu nome pra Jake Sully (ou Smurf se preferir). Eu realmente estava predizendo o momento em que uma sucuri bem saliente sairia do mato pra dar o bote, me comer e depois cuspir meus sapatos (sério, eles são intragáveis), ou até mesmo uma jaguatirica (veja como meu conhecimento biológico se estendeu depois que comecei a trabalhar na Índios) doidinha pra comer carne fresca (rere).

Finalmente chegamos no ponto de ônibus e pra nossa surpresa, o terror ainda não havia acabado. Depois de esperar pacientemente uns 10 minutos que mais pareceram 10 horas, um ônibus com letreiro amarelinho sorriu pra nós a distância. Mas parece que o sorriso foi murchando a medida que ele chegava mais perto. Sinceramente, aquilo não era um ônibus, mas sim as portas para o inferno. Milhões de pessoas socadas lá dentro pagando pelos seus pecados. E advinha? Entramos (como? também não sei) naquela lata de sardinha humana que fedia a axilas mal lavadas. E bota mal lavada! Quase perguntei pro cara ao meu lado se não tinha água encanada em casa. Enfim, pra piorar a situação, o cobrador que mais parecia pandeirista do Pé de Moleque, e que se encontrava sentado com aquela aberração que ele chama de cabelo na cabeça junto com um óculos de lentes amarelas, deveria estar menstruado, porque oi, ele olhou pra gente com uma cara de que pegaria a bazuca a qualquer momento e nos transformaria em carne moida. Suina- e potencialmente amassados dentro daquela locomotiva do satanás fizemos nosso percurso de volta a cidade numa velocidade de 80 km/h, onde o motorista dava freiadinhas e risadinhas debochadas toda vez que eu me desequilibrava e empurrava o Sr. das axilas mal cheirosas.

Cheguei são e salvo e em tempo pra aula. Agora cá estou, à 00h12 da madrugada, fazendo trabalho de Logística de Mercado e recebendo mensagens do André dizendo que vai me pagar churros de goibada. Só quero dormir. Please!